20 de dezembro de 2011

Procura-se Amy

Antes de tudo cabe dizer que o intento dessa página não é depositar críticas de cinema, ainda que estas se desencadeiem naturalmente devido às impressões que uma “película” agrega às nossas memórias e sentidos. A abordagem aqui é como o filme foi sentido e pensado apenas ao meu ver, sem almejar discussões frutíferas sobre roteiros, interpretações, ângulos fotográficos, entre outros.


Que tal começar com uma agradável comédia romântica (?) que encheu meus olhos há um tempo? Refiro-me a “Procura-se Amy” (Chasing Amy, 1997) de Kevin Smith. A dúvida em encaixá-lo nesse gênero é até justificável levando em consideração o demasiado número de comédias-românticas clichês- água com açúcar fazendo parte desse mesmo grupo.
Procura-se Amy não merece nem de longe ser encarado como mais um desses. É um filme intenso, inteligente e desafiador conformando-se em um filme surpreendentemente agradável e instigante.


As relações humanas são cuidadosamente tratadas com altas doses de sensibilidade e realismo que se completam em diálogos arrebatadores. Mas o que está imergido nesse caldeirão de sensações estranhas e comuns? Contraditoriamente é a sutileza repleta de ferocidade envolvente que reúne temas de amor, amizade, homossexualidade, preconceito e liberdade de uma forma pra lá de original e muito condizente com esse período “pós-moderno” que vivemos.


Com tantos temas desafiadores sempre presentes nas pautas e discussões mundanas não poderia deixar de indicá-lo.
Highlight para o personagem Holden que está incrivelmente belo sob a interpretação de Ben Affleck em seus tempos de garotão.

Nota: 7,4 no IMDB

http://www.imdb.com/title/tt0118842

1 de dezembro de 2011

Auto-conhecimento

Graças a alguém muito poderoso e/ou a mim mesma tenho o defeito de cometer erros em momentos cruciais e agravá-los velozmente, mas um desses possíveis alguéns também me reservou virtudes que me possibilitam assumir esses erros e perdoar erros alheios. Longe de ser santa ou a mais correta diante de situações extremas, mas muito perto da lucidez que sempre busquei: o auto-conhecimento. Aprender com as próprias limitações e tentar reparar problemas crônicos, lembrando que essas reparações suscitam hipóteses nas quais admitem-se resultados inesperados, mas que ainda assim não tornam o experimento falho. Vai, Clarice Lispector, ainda que vivendo nesse mundo banal das redes sociais, diga para minh'alma que "até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro".
Sou eu o maior experimentador e o experimento, todos são livres para testar e contestar, mas não cabe a ninguém concluí-lo por mim, seja favoravelmente ou não. Não sou a fórmula pronta que por vezes tentei ser. Sou o processo, sou as reticências... Mas acredite, também sou, acima de tudo, um coração que bate e anseia...